Talidomida


No passado acreditava-se que a placenta era uma barreira que protegia o feto contra os medicamentos. Logo, comprovou-se que isto não ocorria. Na década de 60 na Alemanha e nos Estados Unidos, e depois em todo o mundo, passaram a ocorrer relatos de nascimento de bebes com malformações. Os bebês ou morriam por apresentar defeitos sérios no cérebro, rins ou coração, ou apresentavam reduções grotescas em seus membros, evento este que marcaria suas vidas para sempre. O medicamento era a Talidomida, prescrito com a finalidade de tomar a gestação mais confortável sem os efeitos colaterais de vômitos e náuseas que acompanham a gravidez .
Até a década de 60, nos Estados Unidos obrigava-se que a droga fosse segura, não causando a morte do paciente lei esta que era de 1938. Era hábito também antes da comercialização os laboratórios farmacêuticos , mesmo antes de sua liberação oficial, distribuírem uma quantidade apreciável do medicamento para médicos testarem e utilizarem o mesmo em seus pacientes. Depois dos efeitos comprovados da Talidomida, a legislação americana tornou-se mais rígida e para que houvesse liberação de um medicamento o mesmo deveria comprovar segurança e eficácia.
A Talidomida é um notório agente teratogênico desde a década de 1960. Ela é um inibidor da citocina, fator de Necrose Tumoral Alfa (TNF- a ), propriedade esta que torna o medicamento particularmente interessante de atuar em moléstias que tenham este fator em grau elevado.
As doenças que possuem elevado TNF- a são: Aids, tuberculose, eritema nodoso leproso, Doença de Behcet, lúpus eritematoso sistêmico, doença enxerto contra o hospedeiro, crônica, gliomas, Síndrome de Sjögren, artrite reumatóide, doença inflamatória intestinal.
Isto tem estimulado o uso da Talidomida, além do que o número crescente de indicações promissoras, fazem com que exista uma pressão para que a mesma esteja disponível. Estes dados vem causando receio de que possa ocorrer uma repetição do que ocorreu na década de 1960.
A Talidomida é teratogênica. Teratogênio é a propriedade de que um agente químico (medicamento) ou físico tem de causar efeitos orgânicos, estruturais ou funcionais, sobre o feto. As manifestações teratogênicas principais podem ser restritivas ao crescimento ou morte do feto, causam câncer e/ou malformações de graus variados. Mesmo com todos os efeitos possíveis benéficos, o uso prolongado do medicamento pode causar neuropatia periférica irreversível.

Nenhum comentário:

Postar um comentário